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 Batoru no Oujisama

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AutorMensagem
Nadeshiko

Nadeshiko


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Data de inscrição : 13/12/2012

Ficha do treinador
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MensagemAssunto: Batoru no Oujisama   Batoru no Oujisama Icon_minitime1Qui 13 Dez 2012, 8:51 am

Título: Batoru no Oujisama
Categoria: Pokémon e Prince of the Tennis
Gênero: Ação, Luta, Vida Escolar, Amizade, Crossover;
Sinopse: Em busca de seu caminho para superar seu pai, ele se depara com inúmeros desafios e percebe que existem objetivos muito maiores do que superar seu pai.
N/T: Tanto Pokémon como Prince of the Tennis não me pertencem. Essa fic é a introdução de Pokémon no mundo de Prince of the Tennis.
Capa:



CAPITULO UM
Um Príncipe Aparece





- Ei, você ouviu? Tem um aluno de 12 anos no torneio sub-16!
- Você está brincando, certo? Ele deve ter se registrado errado.
- Não estou brincando.
- Isso é besteira. Não pode ser verdade...



~*~



O trem estava calmo para um dia de semana. O último vagão estava quase que completamente vazio, com a exceção de cinco pessoas que o ocupavam. Sentado em um dos bancos um pouco curvado para frente com o rosto encoberto por seu boné e a cabeça abaixada, encontrava-se um garoto de aparentes 12 anos. Ele tinha a pele clara e os cabelos em um tom esmeralda escuro. Vestia uma bermuda azul marinho e uma jaqueta vermelha com detalhes em um tom rosa claro. Ao seu lado estava a sua mochila, com seu nome escrito em letras brancas: ‘Ryoma’. Ele estava em silêncio apenas observando o que acontecia a sua frente.

Havia três garotos mais velhos, que provavelmente deveriam frequentar o High School, mas a atitude deles não era nada madura. Um deles ria de forma escandalosa, quase como se pensasse ser o grande chefão.

- Idiotas. Vocês nem sabem qual pokébola usar para capturar um tipo inseto – riu aquele que agia como chefe daquele grupo. – Se você quer capturar um tipo inseto, você tem que usar uma Nest Ball.

- É por isso que você é o Ás do Clube de Batalhas da Kitagoe, Sasabe – comentou um dos outros, rindo de forma impressionada enquanto o tal Sasabe começava a fazer movimentou de lançamento de pokébola com o braço.

- Idiota, isso é senso comum – respondeu Sasabe em um tom de soberania.

Ryoma precisou conter um riso naquele momento. Aqueles três já estavam lhe irritando e isso não era algo que gostava.

- Ei – se manifestou por fim, chamando a atenção de todos que estavam no vagão. – Vocês são barulhentos.

Houve um momento de silêncio no trem, em que Ryoma sabia que todos estavam lhe encarando. Precisava conter o riso, pois conseguia sentir o olhar fuzilante do tal Sasabe em sua direção. Naquele momento, o trem deu uma forte guinada, fazendo com que os três adolescentes que estavam em pé bambeassem para os lados, quase caindo no chão. Com isso, Ryoma viu uma pokébola verde com detalhes em amarelo lembrando um alvo.

- Hah… não posso acreditar que fui criticado por um aluno do colegial – zombou Sasabe, como se quisesse diminuir seu comentário, enquanto se abaixava para pegar a pokébola que havia derrubado.

- Bingo – falou rindo quando o mais velho recuperou a pokébola do chão. – A pokébola verde com detalhes amarelos é a verdadeira Nest Ball, usada para capturar Pokémon de níveis mais baixos.

- O quê? – rosnou Sasabe lançando o que deveria ser um olhar assassino e intimidador, mas que apenas arrancou uma baixa risada de Ryoma.

- A pokébola para capturar os tipos inseto é a Net Ball – continuou com um sorriso de ironia se formando em seus lábios, conforme sentia o movimento do trem parando. – Tem pessoas que confundem as duas.

O trem parou por fim e ignorando completamente a presença dos dois, Ryoma pegou sua mochila e saiu do trem.


~*~


Sakuno soltou um suspiro, estava escorada na pilastra da estação de trem esperando por sua avó, Ryuzaki Sumire. Ela tinha 12 anos, os cabelos castanhos longos presos em um par de tranças, os olhos eram da mesma tonalidade dos cabelos. Usava uma blusa branca com um bolero cor-de-rosa claro por cima e uma saia verde clara que ia até um pouco acima dos joelhos.

- Droga, oba-chan está atrasada e foi ela quem me convidou – resmungou baixinho olhando pela milésima vez em seu relógio.

Soltou um suspiro e acabou por se lembrar da cena que havia presenciado no trem há poucos minutos. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios ao se lembrar daquele garoto que havia, de certo modo, lhe salvado. Ainda estava um pouco surpresa com a forma como todos pareciam tratar abertamente a criação de Pokémons e batalhas. Havia estudado quase que toda a sua vida em uma escola interna, onde era completamente proibido ter um Pokémon ou falar do assunto, no entanto, ao se mudar para aquela cidade havia descoberto que as coisas eram realmente diferentes do que eram no internato.

- Ei, você sabe onde fica a Quadra de Batalha Kakinokizaka? – indagou uma voz masculina, fazendo com que Sakuno saísse de seus pensamentos.

Quando os olhos castanhos fitaram a pessoa à frente, sua boca se abriu em um perfeito ‘o’ de surpresa, ao ver o mesmo garoto do trem. Os olhos dele eram em um tom dourado e sua expressão parecia incrivelmente calma e indiferente.

- Ah! Você estava no trem! – exclamou apontando diretamente para o rosto dele, vendo-o lhe fitar com surpresa, só então percebendo o gesto descortês que fazia, corando envergonhada e voltando a puxar o braço contra o próprio corpo. – Oh… gomenasai. – murmurou desviando minimamente o olhar, para depois sorrir amplamente. – Eu também vou para a Quadra de Batalha Kakinokizaka. Você vai batalhar? Essa é a primeira vez que vou ver uma batalha Pokémon!

- Então, onde fica? – indagou novamente Ryoma, olhando para a garota a sua frente, tentando entender se ela havia ou não lhe dito o caminho a seguir no meio de todo aquele pequeno discurso.

- Ah, gomenasai… - desculpou-se rapidamente, percebendo que havia falado mais do que devia, ao invés de simplesmente dar a resposta que o moreno queria. – Er… - parou um segundo olhando os lados. Por ter se mudado há pouco tempo, ainda não tinha certeza dos caminhos que se deveria tomar para chegar a determinados lugares. – Você vai pela saída sul e segue em frente. – respondeu por fim em um tom confiante.

- Saída sul? – repediu Ryoma, apenas para ter certeza de que havia entendido corretamente à direção. – Obrigado.

Sakuno sorriu, vendo-o se distanciar em direção a saída sul. Quando fez isso, seus olhos pousaram na mochila que ele carregava em seus ombros, onde as letras brancas formavam o nome do moreno.

- “Ryoma. Então é Ryoma-kun.” – pensou sorrindo minimamente.

Sakuno ainda ficou esperando na estação por mais meia hora, até que finalmente viu sua avó se aproximar apressada. Sumire era uma mulher já de idade, apesar de que seu folego e motivação poderiam facilmente superar qualquer adolescente. Ela tinha os cabelos longos em um tom castanho com alguns fios grisalhos. Seu rosto apresentava algumas rugas e ela vestia uma simples roupa de treino: uma calça de moletom cor-de-rosa e uma jaqueta do mesmo tom.

- Ah! Oba-chan! Você está atrasada! – exclamou Sakuno com a expressão fechada demonstrando a irritação que estava sentindo.

- Gomen, gomen Sakuno – desculpou-se com um sorriso culpado. – Está tudo bem, vamos indo. – declarou se virando em direção a saída norte para sair da estação.

Sakuno olhou confusa para a direção que sua avó estava tomando.

- Essa é a saída norte… - murmurou, imaginando se sua avó havia confundido a direção que deveriam tomar.

- O que está dizendo? A Quadra de Batalha Kakinokizaka fica logo depois da saída norte – declarou Sumire encarando a neta sem entender, enquanto apontava para a saída.

Os olhos se Sakura se expandiram ao escutar aquilo. Olhou para trás, em direção à saída sul e sentiu um frio percorrer sua espinha. Havia dado a direção errada! Em pânico saiu correndo da estação, deixando uma confusa Sumire para trás.

Em um tempo recorde, Sakuno chegou à Quadra de Batalhas Kakinokizaka. O lugar estava cheio de treinadores de todas as idades, todos competidores daquele torneio. Alguns tinham seus Pokémons fora das pokébolas exibindo-os quase como troféus, enquanto outros pareciam mais tensos encarando suas próprias pokébolas. Havia algumas batalhas já em andamento, o que fez com que Sakuno ficasse ainda mais nervosa. Olhou para todos os lados nervosa, tentando encontrá-lo, mas sem sucesso algum.

- Ei… você está com pressa… - declarou Sumire, que finalmente havia conseguido alcançar a neta, olhando um pouco surpresa para a mesma. – Você está procurando alguém? – indagou ao ver que a menina olhava para todos os lados quase com desespero.

- Oba-chan, o que acontece quando você se atrasa para uma batalha? – indagou Sakuno virando-se para encarar a mais velha quase desesperada.

- Isso é W.O. – respondeu Sumire surpresa com a pergunta, desde que havia se mudado Sakuno não havia mostrado nenhum tipo de interesse em batalhas Pokémon, tanto que naquele dia só a estava acompanhando por pura casualidade.

- W.O.? – indagou Sakuno confusa, sem entender qual era o significado daquela palavra.

- Quer dizer desqualificação – explicou ainda surpresa com o súbito interesse da neta.

- Isso é terrível! Eu… eu preciso dar uma volta! – exclamou quase em um grito desesperada, se virando e saindo correndo novamente, deixando Sumire para trás novamente.

Sakuno correu pelo o que parecia ser horas, até que finalmente conseguiu encontrar Ryoma. O garoto estava deitado na grama em frente a uma quadra desocupada, com os braços atrás da cabeça e o boné branco protegendo seu rosto do sol. Sakuno parou por um momento para tomar ar, observando a postura relaxada do moreno e por um segundo, pensando que talvez não houvesse acontecido o pior. Aproximou-se com calma, um pouco receosa de o quão irritado ele deveria estar consigo.

- C-com licença… - murmurou, chamando a atenção de Ryoma, fazendo com que ele erguesse os olhos dourados para lhe encarar. – Você chegou a tempo?

- Me atrasei cinco minutos. Fui desqualificado – respondeu simplesmente, voltando a abaixar a cabeça. Sua voz estava fria e sem qualquer emoção.

Ao escutar aquilo, Sakuno sentiu vontade de se bater. Era isso que dava não ter estudado as ruas corretamente! Por sua culpa, Ryoma havia perdido sem nem ao menos conseguir participar.

- G-gomenasai! – exclamou se curvando quase que inteiramente para frente, sentindo-se envergonhada por sua atitude. – É minha culpa.

Ryoma levantou parte superior de seu corpo, ficando sentando e encarnando a garota a sua frente. Seus olhos dourados estavam mais sérios e frios do que de costume.

- Você está certa – afirmou em um tom seco, talvez mais ríspido do que seria realmente necessário.

Sakuno sentiu sua culpa dobrar ao escutar aquela resposta. Precisava encontrar algum meio de se retratar. Foi quando uma ideia lhe surgiu, fazendo com que um pequeno sorriso se desenhasse em seus lábios.

- Ei, você está com sede? – indagou batendo as mãos animada, como se houvesse tido uma ideia de gênio.

Ryoma se surpreendeu com a pergunta encarando a garota por alguns instantes. A ‘ideia de gênio’ de Sakuno era convidá-lo para beber um suco, como forma de se desculpa, no entanto a garota não tinha moedas para usar na maquina de suco do parque, acabando por ser Ryoma a compra-los.

Sem demonstrar qualquer expressão, Ryoma pegou duas ladas de suco Ponta sabor uva entregando uma das latas a castanha.

- Gomenasai… eu não trouxe nenhum dinheiro… - murmurou Sakuno envergonhada, havia sido sua ideia para se desculpar e ele era quem estava pagando.

Ryoma não disse nada apenas foi em direção a um dos bancos se sentando, sendo seguido pela garota. Ficaram alguns minutos em silêncio, enquanto ele bebia um longo gole da bebida doce. Aquela era sua bebida favorita e isso até mesmo ajudava a espantar o mau-humor que estava sentindo por ter perdido sem nem ao menos batalhar.

- Err… obrigado por antes… - falou Sakuno depois de alguns instantes em silêncio, olhando fixamente para suas mãos envergonhada. – Você me salvou lá no trem.

- Do que está falando? – indagou Ryoma surpresa ao escutar aquilo. Ele não se lembrava de ter feito nada para ajudar aquela garota.

- Bem… se você não houvesse interferido, aquele garoto teria acabado me batendo… - respondeu envergonhada brincando com os dedos sobre a superfície lisa e fria da lata.

- Você estava no mesmo trem? – indagou Ryoma piscando confuso. Ele realmente não conseguia se lembrar disso, só se lembrava daqueles três barulhentos. – Onde você estava sentada?

- Do lado oposto ao seu – murmurou Sakuno encarando o moreno sem acreditar.

- Hum? Seja o que for – declarou Ryoma, dando de ombros sem muito interesse naquilo. - Eu só os mandei se calarem porque estavam falando alto, só isso.

Sakuno o olhou sem acreditar no que ele dizia, mas antes mesmo que pudesse falar qualquer coisa a mais, uma lata vazia passou voando entre os dois, caindo no chão pouco a frente deles. Os dois se viraram para ver quem havia feito aquilo, se deparando com os três adolescentes do ginasial.

- Desculpe por ser barulhento – rosnou Sasabe, lançando um olhar irritado para o moreno.

Os três se aproximaram até ficarem a menos de meio metro de distância dos dois mais novos. Ryoma os encarou sem fazer qualquer comentário, ao mesmo mudar sua expressão.

- Esse é o pirralho de agora a pouco – comentou o garoto que estava do lado direito de Sasabe. Ele tinha os cabelos em um tom arroxeado e a expressão de deboche tão visível quanto ao do colega.

- Parece que ele acabou de perder e está indo embora, não é? – zombou o que estava lado esquerdo. Este tinha os cabelos castanhos escuros e uma expressão irônica.

Os dois primeiro vestiam um uniforme marrom de suas escolas, enquanto Sasabe usava uma bermuda cor-de-vinho e uma camisa branca com detalhes em lilás. Sasabe ergueu o braço, batendo de leve na aba do boné de Ryoma, fazendo com que ele se levantasse e assim os olhos dourados frios lhe fitassem.

- Estou no torneio sub-16 – afirmou em um tom arrogante e desdenhoso, como se estivesse fazendo um grande anuncio. – E também sou aspirante ao troféu. Você me disse para calar a boca? Te desafio a falar isso de novo! – declarou confiante de que agora que Ryoma sabia quem ele era, iria demonstrar mais respeito.

No entanto, sua resposta foi completamente diferente do que imaginava. O olhar do garoto se tornou mais duro e frio, quase como se o estivesse desafiando. Aquilo apenas serviu para aumentar sua raiva.

- Não gosto do seu olhar! – declarou irritado, esperando que o olhar mudasse, mas não houve resposta novamente. – É muito cedo para um pirralho como você falar sobre batalhas Pokémon comigo! – rosnou entre dentes, sua irritação aumentando cada vez mais, enquanto fechava os punhos irritado. – Seu moleque ignorante! – gritou movendo seu punho rapidamente na direção do rosto do garoto, pronto para acertar um soco.

Sakuno gritou tapando os olhos, mas Ryoma não se mexeu um único milímetro, sem nem ao menos piscar. Como havia imaginado, o punho parou a poucos centímetros se rosto. Homens covardes nunca iam até o fim, pensou com desdém e ironia. Sakuno olhou novamente para o moreno e suspirou aliviada, ao ver que ele não havia sido golpeado. Sasabe cerrou ainda mais os dentes ao ver que não havia conseguido mudar a expressão de Ryoma.

- Ei, vamos nessa – chamou o garoto de cabelos castanhos escuros ao lado de Sasabe. Ele já estava cansado daquilo.

- Sim – concordou Sasabe se soltou uma bufada de ar irritado. Poderia descontar sua raiva na próxima batalha, pensou.

- Ei… - antes que os três se afastassem a voz de Ryoma os atraiu novamente. Ryoma se levantou e foi em direção à lata que Sasabe havia jogado no chão, pegando-a se volta. – Você se lembra da pokébola?

- O quê? – indagou Sasabe irritado, voltando a se virar para encarar o garoto, vendo-o jogar a lata dentro da cesta de lixo a certa distância.

Ryoma se virou para encarar o mais velho. Seus olhos estavam ardendo em chamar de confiança, enquanto um sorriso malandro se desejava em seus lábios. Agora ele ia se livrar de toda a tensão que sentia por ter perdido uma partida por W.O.

- Se não, eu te ensinarei a ter uma batalha Pokémon – declarou confiante ajeitando a aba do boné, deixando que toda a ironia e confiança transpasse por sua voz.

- Maldito… - rosnou Sasabe, não acreditando que estava sendo desafiado por alguém mais novo.

Sakuno também estava em choque. Ela não entendia nada de batalhas, mas para ela estava obvio a diferença de experiências que os dois. Preocupada, ela seguiu os dois até uma quadra vazia, esperando conseguir convencer Ryoma a desistir antes que acabasse se machucando.

Sasabe já estava em seu lugar na quadra, jogando sua pokébola para cima e para baixo com uma expressão de superioridade em seu rosto. Para ele aquela partida já estava ganha. Enquanto isso Ryoma estava sentado em um dos bancos, arrumando os cadarços de seus tênis.

- Sasabe, você ainda tem que batalha no torneio – lembrou o garoto de cabelos arroxeado. – Tem certeza que quer fazer isso?

- Esse vai ser um bom aquecimento para a próxima batalha – declarou Sasabe rindo de forma desdenhosa.

- Uma vez que você coloca algo na cabeça, não escuta mais ninguém… - comentou o de cabelos castanhos dando um suspiro resignado.

Sakuno olhou para Ryoma, lançando constantes olhares temerosos na direção de Sasabe. Aquilo era uma loucura! Abriu a boca para dizer algo, mas voltou a fechá-la vendo Ryoma abrir a mochila e mexer em seu conteúdo, até tirar uma pokébola padrão armando e colocando ao seu lado no banco, antes de abrir a jaqueta para tirá-la, revelando uma camisa branca com detalhes em vermelho que usava por baixo.

- Talvez… seja melhor não fazer isso… - murmurou receosa.

- Eu vim até aqui para isso, eu seria estupido se voltasse sem ter tido uma batalha sequer – declarou Ryoma se levantando e dando a jaqueta para Sakuno segurar, enquanto pegava a pokébola. – Segure isso para mim.

Ryoma andou calmamente até o outro lado da quadra, ficando em seu posto. Os dois se encararam por vários segundos, até que a voz de um dos amigos de Sasabe se fez presente:

- Batalha entre Echizen e Sasabe…

- Não precisamos de nenhum juiz – declarou Sasabe, com um sorriso confiante. – Você não se importa não é mesmo?

- Claro, eu não me importo – concordou Ryoma, imaginando que o outro lamentaria aquela decisão.

Sasabe riu lançando sua pokébola no ar, liberando seu Pokémon.

- Apareça! Cacturne! – exclamou Sasabe, convocando seu fiel Pokémon espantalho.

- É com você… Eevee! – falou Ryoma, liberando seu próprio Pokémon.

Assim que os dois Pokémons surgiram na arena, Sakuno arregalou os olhos ao ver a clara diferença entre os Pokémons. Cacturne tinha mais de um metro de altura, o corpo inteiramente verde recoberto com espinhos e uma expressão assustadora. Eevee media menos de cinquenta centímetros, tinha o corpo recoberto com pelos em um tom marrom e olhos grandes e uma expressão incrivelmente fofa.

- Haha! Olha só o moleque! Usando um Eevee contra o Cacturne do Sasabe! – riu um dos colegas de Sasabe, achando graça da escola de Ryoma.

Eevee pareceu entender o comentário como uma ofensa, eriçando todo o seu pelo enquanto seus olhos pareciam exalar um brilho agressivo. No entanto, apesar de sua expressão e postura nada amigável, o seu tamanho e aparência não pareciam em nada assustar Cacturne que sorria presunçoso igual ao dono.

- Não se preocupe, eu vou te dar uma vantagem – zombou Sasabe apenas aumentando a raiva de Eevee. – Cacturne, Pin Missile!

Cacturne ergueu os braços, fazendo com que uma rajada de espinhos brancos brilhantes fossem liberadas de seus braços, lançando-os na direção de Eevee. Tanto Eevee quanto Ryoma ficaram parados por vários segundos, observando o ataque se aproximar. Sem um comando direto, Eevee saltou para cima girando o corpo desviando facilmente do ataque de Cacturne. Quando viu seu Pokémon começar a cair novamente Ryoma sorriu de lado.

- Batalhe a sério! Eevee, Swift! – ordenou rapidamente.

Eevee soltou um miado agudo, abrindo a boca e liberando dezenas de estrelas douradas acertando com precisão Cacturne, fazendo com que ele fosse lançando para o outro lado da quadra de batalha. Sasabe olhou para seu Pokémon sem acreditar. Tudo bem que Pin Missile era um ataque fácil de ser evitado, mas a potência daquele Swift não era normal.

- Cara, o Cacturne foi derrubado com um golpe como aquele! – exclamou um dos colegas de Sasabe, que estava realmente surpreso com o contra-ataque que o mais novo havia dado.

- Hehe… eu só estava brincando – justificou Sasabe rindo, enquanto Cacturne se levantava, retornando ao seu lugar para continuarem a batalha.

Sakuno estava com os olhos arregalados. Aquilo era uma batalha Pokémon? Ela nunca havia imaginado ver isso e mesmo que não soubesse nada sobre como batalhar, aquele jeito de se esquivar do ataque havia sido incrível em sua opinião.

- Então você veio para cá – declarou Sumire parado ao lado da neta e olhando para a quadra com um sorriso nos lábios.

- Oba-chan! – exclamou assustada virando-se para encarar a mulher mais velha.

- Isso parece interessante… - comentou Sumire com um sorriso de quem sabia mais do que qualquer outro.

- Não fique ai parada! Você tem que parar essa batalha! – exclamou Sakuno assustada com aquele comentário da avó. Ela não enxergava o que estava acontecendo? – Uma coisa levou a outra e agora ele está batalhando com alguém do colegial!

- O que você está falando? – indagou Sumire contendo a vontade de rir, ao ver a expressão da neta. – Você não viu aquela evasiva e o contra-ataque? Agora vai ficar interessante…

Ryoma tinha um sorriso confiante nos lábios, enquanto Eevee estava com a cabeça erguida e os olhos brilhantes em diversão clara. Nenhum dos dois iria cair facilmente e o modo como Sasabe batalhava apenas servia para diverti-los.

- Sasabe, seria melhor você tentar vencer – zombou um dos colegas de Sasabe, o que apenas aumentou a irritação do colegial.

- Cale a boca! Qualquer um pode desviar de um Pin Missile! – gritou Sasabe nervoso.

- É, existem pessoas que usam essa desculpa quando perdem – rebateu Ryoma em um tom irônico que serviu apenas para aumentar ainda mais a raiva de Sasabe. Eevee soltou um longo miado, como se concordasse com o dono, oferecendo a Cacturne o mesmo sorriso irônico.

- Seu pirralho! É melhor você não fugir! Cacturne, Venoshock! – gritou Sasabe enfurecido.

Cacturne inflou o peito para então lançar dezenas de sementes de energia arroxeada na direção de Eevee.

- Shadow Ball! – mandou Ryoma em um tom de confiança.

Eevee concentrou a energia obscura próxima à boca, formando uma esfera negra rodeada por uma pequena descarga de energia arroxeada, lançando de encontro ao ataque de Cacturne, interceptando-o com perfeição. Todos que assistiam a batalha ficaram em choque ao ver a intercepção.

- Mentira… aquele Eevee conseguiu interceptar o Venoshock do Cacturne de Sasabe… - sussurrou um dos colegas de Sasabe chocado com o que estava assistindo.

- Eevee Quick Attack! – mandou Ryoma com um sorriso amplo nos lábios.

Eevee correu na direção de Cacturne deixando um rastro de poeira para trás, acertando com força a barriga do Pokémon espantalho, voltando a jogá-lo no chão. Novamente a força do ataque surpreendeu a todos, pois não era normal um Quick Attack ser tão forte.

- Incrível… - murmurou Sakuno não acreditando que uma coisinha daquele tamanho, em uma óbvia desvantagem, poderia ser tão forte e rápida.

- Isso ainda não é nada – afirmou Sumire com um meio sorriso. Aquele garoto era igual ao pai, pensou.

- Huh? Você o conhece, oba-chan? – indagou surpresa ao escutar aquele comentário, olhando para a mais velha.

- Eu não te contei? – indagou Sumire olhando para a neta com um sorriso brincalhão nos lábios. – Ele é o Batoru no Ojisama.

- Batoru… no Ojisama…? – repetiu Sakuno, voltando a olhar para o campo, vendo Cacturne atacar vezes seguidas com os braços rodeados por uma luz branca, enquanto Eevee se esquivava com facilidade, quase como se estivesse brincando de pular corda.

- Echizen Ryoma. 12 anos – começou a falar Sumire olhando para a batalha com um sorriso nos lábios. – Em um ano e meio, ele venceu quatro torneios de batalhas seguidos nos EUA e é conhecido como gênio.

- Quatro seguidos?! – exclamou Sakuno surpresa ao escutar aquilo.

- Sim e não foi sorte – respondeu Sumire rindo. – Ele é filho de um antigo aluno meu. A família dele está de volta ao Japão… e mesmo não sendo conhecido por aqui, ele disse que participaria desse torneio. Eu disse para ele se registrar do Sub-14 ao invés do Sub-12, caso fosse realmente bom… mas Ryoma foi convencido. Disse que se fosse batalhar, teria que ser no mínimo na Sub-16. Realmente, é um garoto incrível.

- Eevee Return! – ordenou Ryoma em um tom firme.

Os olhos de Eevee ganharam um brilho branco, enquanto saltava velozmente na direção de Cacturne, atingindo-o com força e jogando-o contra a grade de proteção da quadra. Cacturne ficou algum tempo paralisado, seu corpo já revelando as dezenas de feridas da batalha, enquanto Eevee não apresentava um único arranhão.

- S-sugoi… - sussurrou um dos colegas de Sasabe, sem acreditar na força do pequeno Eevee.

- Ei, você não acha… - começou o outro.

- Que o Sasabe vai perder para um moleque do colegial? – completou enquanto trocavam um olhar nervoso.

- “Isso é mal… se continuar assim, eu serei motivo de piadas…” – pensou Sasabe, vendo seu Cacturne retornar cambaleante para a quadra. – “Tá na hora de eu mostrar uma coisinha para esse moleque.” Cacturne, Drain Punch!

Os olhos de Cacturne ganharam um brilho sádico, quando ele saltou em direção ao pequeno Eevee, erguendo o punho direito cercado por uma massa de energia verde e amarela em espiral, atingindo-o com força. Quando recebeu o ataque, Eevee solou um miado agudo de dor caindo no chão gravemente ferido. Após o ataque Cacturne foi envolvido por um brilho esverdeado, tendo vários de seus ferimentos recuperados.

- Haha… o que achou dessa moleque? – riu Sasabe, mas não obteve resposta.

Ryoma olhou para Eevee que se levantava com um pouco de dificuldade balançando a cabeça com força, como se assim fosse se livrar da súbita dormência que percorria seu corpo.

- Drain Punch… - murmurou Sumire surpresa, ao ver o ataque sendo executado. – Isso é mal.

- Ahm? O que houve oba-chan? – indagou Sakuno preocupada.

- Aquele ataque não é só poderoso e efetivo, como também transfere a energia da vítima para o usuário – explicou Sumire agora preocupada. – Se Ryoma não encontrar um meio de revidar esse ataque, pode estar com sérios problemas.

- Cacturne, mais uma vez, Drain Punch! – repetiu a ordem confiante de que havia encontrado um modo de vencer facilmente.

- Eevee… Double Team – comandou em um tom calmo, como se não estivesse sentindo qualquer tipo de pressão.

O corpo de Eevee liberou um brilho branco, antes que o ataque lhe atingissem, fazendo com que cerca de trinta clones surgissem rodeassem Cacturne, fazendo com que ele se detivesse por um momento, olhando confuso para os lados.

- Como esperado de Ryoma – declarou Sumire, com um sorriso amplo ao ver a estratégia do moreno.

- Por quê? Isso é tão incrível assim? – indagou Sakuno surpresa com aquele elogio de sua avó.

- Sim, muito – afirmou Sumire com um sorriso ainda mais amplo. – Muitos treinadores pensam que ensinar ataques que não causam dado físico aos seus Pokémon é uma perda de tempo. Mas graças ao Double Team, Cacturne não pode atacar sem arriscar errar e se tornar um alvo fácil.

Sasabe estava tão confuso quanto seu Pokémon, sem saber para qual lado ele deveria atacar. Se errasse, ele daria abertura para que o verdadeiro Eevee atacasse e isso poderia ser o fim. Não. Ele se recusava a perder para um pirralho do colegial!

- Cacturne! Solar Beam! – gritou enfurecido apontando em linha reta.

Cacturne obedeceu e Ryoma não acreditou naquela ordem. Quando o raio de energia branca foi lançado, Ryoma precisou se jogar para o lado para não ser atingido, mas mesmo assim o ataque passou de raspão em seu braço esquerdo. Com a força do impacto, seu boné voou para longe enquanto estava jogado no chão com a mão comprimindo o ferimento que deixava escapar pequenas gotas de sangue rubro.

Eevee cancelou o Double Team, correndo na direção do dono caído sendo imitada por Sakuno que tinha uma expressão de pavor em seu rosto.

- R-Ryoma-kun… a-aqui… - murmurou estendendo um lenço cor-de-rosa para que o garoto estancasse o sangue.

- Não interfira durante a batalha – rosnou Ryoma, empurrando Sakuno para longe de si, erguendo-se e olhando para Eevee que tinha uma expressão de preocupação. – Daijoubu… - murmurou baixinho para que apenas o Pokémon escutasse.

Seus olhos se voltaram para Sasabe que sorria de forma presunçosa. Eevee se postou na frente do treinador com os olhos ainda mais raivosos do que antes, enquanto Ryoma recuperava o boné e o colocava, como se nada houvesse acontecido.

- Seu Pokémon é fraco – declarou Ryoma friamente, seus olhos parecendo ser envoltos por uma corrente de gelo. – Mada mada dane.

Sasabe não pareceu se importar com aquelas palavras, pois seu rosto continuou a exibir o sorriso de escarnio mesmo quando Ryoma parecia lançar estacas de gelo pelos olhos. Sumire ficou em silêncio por vários segundos. Ela conhecia aqueles olhar e isso significava apenas uma coisa, mas não poderia ser possível… Eevee não poderia…

- Ice Beam – mandou Ryoma em um tom frio e calmo, sua voz não se elevando em nenhum momento.

Os olhos de Eevee foram tomados por um brilho raivoso enquanto puxava o ar com força para dentro de seus pulmões, abrindo a boca e lançando três raios de energia branca azulada na direção de Cacturne acertando-o com força e jogando-o contra a grade de proteção mais uma vez, mas dessa vez inconsciente.

- C-Cacturne! – exclamou Sasabe sem acreditar ao se virar e ver que parte do corpo do Pokémon espantalho estava envolto por gelo.

- Ice Beam – sussurrou um dos colegas de Sasabe sem acreditar no que via. – Isso foi um Ice Beam!

- Cacturne está fora de combate… a vitória é do Eevee – murmurou o outro colega de Sasabe em choque.

- Sakuno! Ryoma venceu! – exclamou Sumire que estava realmente surpresa, sem acreditar que havia mesmo visto um Eevee usar o Ice Bem.

- Incrível! Não acredito que ele venceu! – exclamou sorrindo abertamente e olhando para o garoto como se ele não fosse real.

- I-impossível… - sussurrou Sasabe sem acreditar no que via, repentinamente, sentindo-se minúsculo diante da força de presença de Eevee e Ryoma. – Idiota! Eu não estava batalhando a sério! – exclamou irritado, tentando recuperar do choque ao ver seu Pokémon mais forte nocauteado, enquanto o retornava para a pokébola.

Ryoma riu com desdém ao escutar aquilo, até mesmo Eevee deu um sorriso irônico ao ver que o mais velho parecia estar fazendo de tudo para continuar a menosprezar a força de Ryoma.

- Ei… Sasabe, já chega – falou um dos colegas do mais velho, fazendo com que todos o olhassem.

- Apenas admita que você perdeu – completou o outro, olhando envergonhado para o amigo que nem mesmo depois daquilo admitia que não conseguiria ganhar do menor.

- Se você quiser fazer uma batalha completa eu não me importo – declarou Ryoma sorrindo abertamente, desapontando os botões de sua camisa como quem não quer nada, surpreendendo a todos, exibindo um corrente de prata com um pingente em forma de pokébola dourada onde havia a letra ‘S’ gravada formadas por pedrinhas verdes.

Os olhos de todos se arregalaram ao verem a corrente, quase como se ela criar vida e ataca-los. Sumire olhou para a corrente e riu. Tal pai, tal filho não é mesmo?

- Você ainda não entendeu? – indagou Sumire em voz alta, fazendo com que todos a olhassem. – Desista, seu garoto teimoso. Você não pode vencer Echizen Ryoma, não importa quantas vezes tente.

- Do que você está falando? – rosnou Sasabe dando um passo em direção a Sumire, mas parando quando um raio branco azulado passou voando ao lado, quase lhe atingindo-o, forçando-o a voltar a olhar para Ryoma e Eevee.

- Ele é um Treinador de Rank S – declarou Sumire, fazendo com que todos olhassem Ryoma sem acreditar.

Quase como se houvesse visto um fantasma, Sasabe saiu correndo da quadra gritando um ‘desisto’ desesperado. Ryoma sorriu de lado e se abaixou pegando Eevee no colo, recebendo um miado contente do pequeno Pokémon seguido por frenéticas lambidas em sua face, o que lhe arrancou algumas risadas limpas e descontraídas.

- "Echizen Ryoma… é realmente um treinador incrível – pensou Sumire, observando atentamente o garoto com o Pokémon nos braços. – Vai ser divertido a partir de agora."



CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Samurai Junior

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Nota Final da Autora:
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Batoru no Oujisama
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